domingo, 7 de junho de 2020

ESSE AMIGO OUTRA VEZ...



Por Aloísio de Souza

Pensando bem. Meditando mesmo, a respeito do amigo, detectei mais uma das suas qualidades.
A quem me refiro e sua outra qualidade?
- Falo – com admiração e entusiasmo – do meu amigo livro!
- Sim. E se acaso você (...) não o tem no rol de suas amizades, lamento lhe informar: Não estás no mínimo, sendo diligente na busca do seu crescimento socioexistencial...
Bem. Falar da incúria de quem quer que seja, e mais ainda, da sua, não corresponde a meu propósito neste ensejo.
Do que quero falar, e até com uma pontinha de paixão, é do meu amigo livro. Ele é, para mim, mais que um amigo. É um benfeitor extraordinário!
Voltando ao assunto tema deste bosquejo – minha recente descoberta – falo de mais esta qualidade do amigo:
- Sua memória. Em algumas ocasiões, nos encontramos, travamos uma conversa – diga-se em abono à verdade – que nesses encontros só ele fala e só eu escuto; quando por qualquer motivo interrompemos o colóquio e nos afastando um do outro, ainda que decorram  intervalos de semanas ou meses,  ao nos reencontrar de novo, ele volta ao assunto da conversa, exatamente do ponto onde havíamos parado!
- Acho isso fantástico.
A memória do meu amigo livro em torno dos temas das nossas conversas figura-se mais aguçada do que as lembranças de minha mulher em torno dos meus equívocos!
De ser sábio e exímio conhecedor de coisas do arco-da-velha, esse meu amigo é, também, um poço de paciência. Vez por outra eu tardo em compreender determinadas informações que ele me transmite... Pensas que ele se agasta perante minha pobreza interpretativa?
- Não. Nunca. Nem um pouco. Ao contrário: se dispõe – em atitude solícita e calma – a repetir-me o enunciado, tantas vezes quantas sejam necessárias; até que eu compreenda!
 Penso, às vezes, que meu amigo livro, por sua disponibilidade, presteza e paciência, é um verdadeiro pai; e eu me sinto seu filho adotivo

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